segunda-feira, 17 de março de 2014

P.S Eu te Amo - Cecelia Ahern

P.S.  Eu Te AmoAutor(a): Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
Ano de lançamento: 2011
Páginas: 368
Classificação: 

Gerry e Holly eram namorados de infância e ficariam juntos para sempre, até que o inimaginável acontece e Gerry morre, deixando-a devastada. Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima, Holly descobre um pacote de cartas nas quais Gerry, gentilmente, a guia em sua nova vida sem ele. Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do que nunca.

Apesar de ser um livro muito bem falado, eu tinha muito receio de ler P.S Eu te Amo, principalmente porque grande parte dos livros que tratam sobre luto, não conseguem se aprofundar o assunto ou quando o fazem, tornam a leitura muito depressiva e massante, mas não é o caso deste livro. A autora conseguiu equilibrar a história com muita maestria, alternando entre momentos tristes (sem serem exagerados), cômicos e incrivelmente realistas. Além disso, os personagens são marcantes e divertidos, a estória é dramática na medida certa, sem nada muito exagerado, que fez com que a leitura se tornasse uma das minhas favoritas.

“Sua voz estava rouca de tanto chorar, e há muito tempo ela já havia desistido de tentar fazer uma voz firme para as pessoas. Seu melhor amigo havia morrido e ninguém compreendia que nem toda a maquiagem, o ar fresco e as compras do mundo preencheriam o vazio em seu coração.” 

Holly e Gerry são o par perfeito. Além de serem casados, partilham de uma amizade invejável por todos os tipos de casais. Ambos formam uma história de amor perfeito - com um triste fim. Apesar de jovem, Gerry sofre de um tumor no cérebro, e vêm a falecer poucos meses depois da descoberta da doença, deixando Holly sozinha e totalmente desolada. Ela ignora a família e amigos o quanto pode, tentando ficar sozinha com sua dor e luto, até que recebe um pacote deixado por Gerry, que indica que ela tem que ler uma carta no primeiro dia de todos os meses. Ela segue a regra a risca, e aos poucos, vai tentando retornar a sua rotina - sem esquecer Gerry.

“Gerry havia partido para nunca mais voltar. Era a realidade. Ela nunca mais passaria os dedos por seus cabelos macios, nunca mais dividiria com ele uma piada à mesa de um jantar com amigos, nunca mais reclamaria para ele quando chegasse em casa depois de um dia duro no trabalho, carente de um abraço, nunca mais dormiria na mesma cama que ele, nunca mais acordaria com o ataque de espirros dele de manhã, nunca mais riria com ele até a barriga doer, nunca mais brigaria com ele para decidir de quem seria a vez de se levantar e apagar a luz do banheiro. Só restaram um monte de lembranças e a imagem do rosto dele que se tornava mais vaga a cada dia”

No livro, temos alguns Flashbacks do relacionamento entre Holly e Gerry. São bem poucos, mas são o suficiente para fazer com que nosso coração se aperte e nossos olhos encham d'água. E é o suficiente para termos uma noção da personagem complexa e realista que Holly é. Ela está sozinha e deprimida, e sua vida é vazia. E mesmo quando, aos poucos, ela consegue ir se reerguendo, tem momentos de desesperos egoístas, quando percebe que todas as outras pessoas continuaram a viver sem Gerry, não importa quanto esses sintam sua falta. E não podemos culpá-la, na verdade, isso trás um realismo incrível para a personagem, poucas vezes eu vi uma autora captar bem um sentimento forte e complexo como esse e criar um personagem em cima disso sem que parecesse forçado ou superficial.

"Só por não ter sido casado com ele, não quer dizer que eu não me sinta como você se sente. E só porque ele está morto, não quer dizer que eu tenha que parar de viver também."

Os Coadjuvantes são a alma da história. Seja a família estranha e acolhedora de Holly, ou os amigos do casal, todos eles são bem humorados, e são eles que criam o equilíbrio da história. Enquanto a Holly participa da maior parte emocional, eles tentam tratar as coisas de forma bem humorada, sempre puxando-a para cima em um momento de surto desesperado. E isso é tratado de forma tão bela, porque mesmo que eles tenham que conviver com a própria dor de perder alguém querido, ao invés de se afundarem no luto, preferem ajudar Holly a superá-lo, além disso eles não são meros coadjuvantes na história. Eles crescem muito dentro . O enredo também consegue ser criativo, e foi isso que me chamou atenção, a ideia de alguém que já morreu enviar cartas para que sua perda possa ser superada é estranha, é eu não tinha ideia de como a autora trataria disso, e foi o suficiente para acender minha curiosidade. 

"A vida de ninguém é repleta de momentos perfeitos. E se fosse, não seriam momentos perfeitos. Seriam apenas normais. Como você conheceria a felicidade se nunca passasse pelas fases tristes?"

Apesar das cartas de Gerry, Holly demora para acordar pra vida. Ela passa os meses seguindo a risca tudo o que ele lhe pede nas cartas, mas quando elas estão acabando, ela precisa pensar em o que vem depois. O que ela faz depois, o que acontece depois. Isso é uma coisa bizarra. Enquanto ela lê as cartas ela tem a sensação de "estar com Gerry", e quando a última carta chega, é o momento para dizer adeus, mesmo que ela não esteja preparada, e é claro que isso rende algumas lágimas. É um livro de emoções totalmente intenso. Vai te fazer gargalhar e chorar compulsivamente sem dó. A autora foi muito inteligente ao colocar a narrativa em terceira pessoa, já que se a história fosse narrada por Holly, provavelmente seria massante e muito deprimente, o que não acontece. Embora tenhamos uma noção clara dos sentimentos de Holly, a forma como a autora conduz, torna a história extremamente bela.

“Não tenha medo se apaixonar de novo. Abra seu coração e siga por onde ele levar... E lembre-se de mirar a lua... 
P.S. Eu sempre te amarei... "

A capa é simples, mas linda, e a imagem do casal capta bem o que a história quer dizer. O final é surpreendente, e tenho certeza de que ninguém esperava por aquilo quando leu. fiquei de boca aberta, mas foi apenas mais um motivo para eu gostar tanto do livro. Além disso, o cenário do livro é a Irlanda, o que dá um toque diferente a leitura e combina perfeitamente, e é muito raro eu ler livros assim. Foge do habitual final clichê que esses tipos de livros promovem. Não é um livro sobre o luto, é sobre a superação. Tudo isso tratado de uma forma belíssima, que pode nos fazer rir, chorar e acima de tudo refletir.

" Ela havia recebido um presente maravilhoso: a vida. Às vezes, a vida era interrompida cedo demais, mas o que contava era o que a pessoa fazia com ela, não o tempo que durava. "

9 comentários :

  1. Ai Yasmin, eu ainda preciso criar coragem pra ler esse livro pq eu sei que vou me derramar em lágrimas!!rsrs

    Bjs,

    michele

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  2. Não consegui ler esse livro pq já vi o filme muitas vezes!
    Mesmo assim, tenho certeza que é lindo
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  3. Vi o filme antes de ler o livro, mas não me decepcionei, acho que cada tem diferenças grandes mas se completam na essência, falo do filme pois esse é lindo, lindo como o livro.
    História de amor perfeita, mesmo com toda a dor da morte do protagonista masculino.
    Adorei sua resenha *.*
    Beijos
    Vivi
    Razão e Resenhas

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  4. Oi Min. Tudo bem?
    Eu amei a resenha. Eu era louco para ler este livro, mas agora com essa minha "nova fase" de não gostar de livros românticos, eu perdi o encanto. Mas sua resenha é bem cativante, faz qualquer um querer lê-lo.
    -XOXO
    Gabriel Lima.
    http://meujardimliterario.blogspot.com.br/

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  5. Não gosto de romance e sempre me desvio desse tipo de livro. Não sabia sobre o que se tratava e tive uma surpresa agradável, e até fiquei com vontade de ler depois dessa resenha maravilhosa! Ainda mais por saber que o final é surpreendente e foge dos clichês, que é uma coisa que me irrita. Adoro livros que trazem uma reflexão. Me rendi um pouquinho ao romance e já quero ler esse!

    Beijos,
    biblioteca-de-resenhas.blogspot.com.br

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  6. Oi.

    Não li este livro e ainda não sei se chegarei a ler, mas espero que possa e que goste dele.

    Beijos
    http://fernandabizerra.blogspot.com.br/

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  7. Nunca li nada dessa autora, preciso conhecer o trabalho dela urgentemente!
    Mas esse livro em especial eu não tenho vontade de ler, realmente não chamou minha atenção =/.

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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  8. Nunca li o livro, só vi o filme, e estava doida pra lê-lo até alguns dias atrás rsrs. O filme me emocionou muito, então acredito que o livro é mais emocionante ainda. Ótima resenha!
    Beijos,
    Renata.
    http://viciadas-em-livros.blogspot.com.br/

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  9. Livros com tema luto ou doença são sempre difíceis de desenvolver. Até agora o único que li e que não foi um desastre foi A Culpa é das Estrelas. Nunca tinha lido uma resenha para esse livro antes, e apesar de ser um livro com o tema luto, acho que vou dar uma chance.

    Beijos!

    www.catalinaterrassa.blogspot.com.br

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Beijinhos
Yasmin