domingo, 30 de março de 2014

Sentados no Sofá: O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas

O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas : posterGênero: Drama/Comédia
Direção:  
Joel Schumacher
Elenco: Emilio Estevez, Judd Nelson, Demi Moore, Rob Lowe, Andrew McCarthy, Mare Winningham, Ally Sheedy
Tempo: 1h44min 
tulo Original: St Elmo's Fire
Lançamento: 1985

Sete amigos recém-formados se deparam com a amarga realidade do mundo real, tendo que conviver com a insegurança profissional e emocional nesta nova fase da vida. Este novo momento pode pôr em risco a amizade existente entre eles, a qual acreditavam que seria eterna.

Na década de 80, filmes focados em grupos eram sucesso, não, mais do que isso, as personagens e suas personalidades inspiravam uma geração. "O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas" tinha tudo para ser bom: atores e atrizes que eram os "galãs" da época, uma boa divulgação e uma trama popular, conseguiu um considerável sucesso comercial. Mas apesar disso, o filme deixa a desejar em diversos pontos, e o diretor e roteirista Joel Schumacher decidiu se focar no romance mais do que era necessário e deixou de aproveitar melhor as tramas com bastante potencial.

Apesar de falar sobre amadurecimento, o filme se torna um pouco bobo e fútil em diversos momentos. O começo é confuso devido a quantidade de personagens, e o diretor não faz questão nenhuma de nos ajudar a diferir quem é quem, somente no meio do filme é que os rostos ganham nome e características. Temos o irresponsável e o seu oposto, as garotas boazinhas e sua oposta, o aspirante a escritor que todos desconfiam ser gay e o garoto obcecado por uma antiga paixão, personagens completamente diferentes, mas amigos. 

Apesar da variedade incrível de personagens, eles foram mau aproveitados. Demi Moore, por exemplo, poderia ter sido destaque de uma ótima trama, mas que foi deixada de lado, e no final explicada sem detalhes, superficialmente. Outras tramas, como a de Emilio Estevez, apesar de engraçada, ganha destaque exagerado. O romance é o fator principal para que a trama siga em frente, tudo está basicamente ligado a ele. Casais são formados e separados, traições e desilusões acontecem a todo o momento, mas mesmo assim, o filme se perde nesses pequenos fatos, tratando tudo com futilidade em excesso, e são poucos diálogos que fazem jus a realidade. Fatos que fizeram com que o filme fosse bastante criticado em diversos países.

Mesmo assim, o elenco está impecável.  Apesar de a maioria dos atores não fazerem tanto sucesso hoje em dia, no ano de 1985 eles foram o motivo principal para que o filme fizesse sucesso afinal eles eram parte da Brat Pack (foi um apelido dado a um grupo de jovens atores e atrizes que frequentemente apareciam juntos em filmes para adolescentes nos anos 80). Emilio, Ally Sheedy e Judd Nelson trabalharam juntos no mesmo  ano em "Clube dos Cinco", e a atuação deles não deixa a desejar. Andrew McCarthy (que viria a se tornar ainda mais famoso nos próximos anos, com os sucesso A Garota de Rosa Shocking e Manequim) junto com Rob Lowe, tem papeis de destaque e conseguem um ótimo desempenho. Demi Moore e Mare Winningham, apesar de interpretarem esteriótipos e terem pouco destaque, conseguem incorporar bem os personagens. 

As roupas, maquiagem e trilha sonora faz jus a década, e o cenário consegue englobar bem os anos 80. O nome nacional dado ao filme, por incrível que pareça, consegue se encaixar melhor que o original "St Elmo's Fire", que apesar de ser o nome do bar onde os amigos se encontravam e a metáfora ter sido explicada em uma cena pelo personagem Billy, "O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas" capta melhor a essência do filme, que é bem simples: sete recém formados que acabaram de entrar na fase adulta e precisam amadurecer. Neste caso, o título brasileiro caí como uma luva.

Apesar dos clichês, esteriótipos e vários buracos no roteiro, que é bem fraco, eu gostei do filme, ele consegue ser engraçadinho e uma boa distração, mas fica bem longe de se tornar algo memorável, apesar do grande e elogiado elenco. Fica bem abaixo dos principais filmes da época, mas ainda sim consegue ser um bom filme. Indicado para quem tem curiosidade ou acompanha a carreira de algum dos atores, mas vá assistir sem grande pretensão, pois pra mim o filme não consegue ser nada muito além do que bom.




quinta-feira, 27 de março de 2014

Estréia de A Culpa é das Estrelas é adiantada no Brasil


Quando as datas do lançamento do filme "A Culpa é das Estrelas" foram anunciadas, estava marcado que o Brasil receberia o filme em Agosto, dois meses depois da Estréia Americana. Depois de alguns ajustes, a estréia nacional do filme passou a ser dia 12 de Junho (Sim, ninguém merece sair do cinema de olho inchado no dia dos namorados). Essa semana, foi anunciado na página oficial do John Green, que o Brasil vai receber o filme no dia 5 de Junho, ou seja, um dia antes dos Estados Unidos e 15 dias antes do Reino Unido. Tem como não ficar eufórico? o/ 

segunda-feira, 24 de março de 2014

Sentados no Sofá: A Menina que Roubava Livros

Gênero: Drama
Direção: Brian Percival
Elenco: Geoffrey RushEmily WatsonSophie Nélisse 
Tempo: 2h11min
tulo Original: The Book Thief
Lançamento: 2014

Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger (Sophie Nélisse) sobrevive fora de Munique através dos livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo (Geoffrey Rush), ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um homem judeu (Ben Schnetzer) que vive na clandestinidade em sua casa. Enquanto não está lendo ou estudando, ela realiza algumas tarefas para a mãe (Emily Watson) e brinca com a amigo Rudy (Nico Liersch).

A Menina que Roubava Livros é um dos meus livros favoritos, e logo que anunciaram o lançamento da adaptação fiquei eufórica. Infelizmente, o cinema da minha cidade demorou muito para exibir o filme, e a medida em que eu lia mais resenhas, minha curiosidade ia aumentando e não consegui conter a expetativa, que ficava cada vez mais alta. Quando finalmente consegui assistir ao filme, não me decepcionei. A riqueza dos detalhes, a verdade imposta nas cenas, as atuações, o cenário. Tudo isso tornou o filme encantador, mas infelizmente alguns pontos deixaram a desejar.

A minha maior surpresa foi de longe Sophie, que interpreta a pequena Liesel. Quando a escolha de elenco foi anunciada, eu fiquei (assim como a maioria dos fãs) fiquei com um pé atrás. Ela não se parecia em nada com a personagem que eu tinha idealizado, mas apesar disso, sua atuação compensou (e muito) isto. Só uma olhada na garota, conseguimos sentir todas as suas emoções, que são transmitidas com facilidade e realismo. Emily Watson, que é uma ótima atriz, não aparece tanto quanto no livro, mas suas cenas são carismáticas, apesar da personagem contraditória. Geoffrey também não deixa a desejar, ele consegue passar a imagem de um pai amoroso sem nem mesmo abrir a boca. O elenco, no geral, está totalmente de parabéns.

O filme é longo, e as cenas sem muita ação deixam a história um pouco arrastada. Mas mesmo assim, não consegui tirar os olhos da tela. O cenário detalhista, consegue nos transportar para a época da Segunda Guerra Mundial, e as roupas escolhidas combinam perfeitamente com o cenário. O realismo é um dos fatores mais importantes da trama, e não decepciona em nenhum segundo. A trilha sonora que compõe muito bem o filme, inclusive foi indicada ao Oscar. 

Uma das coisas que eu não gostei no filme, foi a Morte. Quem já leu o livro, ou tem algum conhecimento sobre este, sabe que ele é totalmente narrado pela Morte, que quebra todos esses esteriótipos sobre a figura encapuzada com uma foice. Muito pelo contrário, a Morte parece ter sentimentos, e sem dúvidas nenhuma, é o ponto forte do livro, a narrativa inusitada, mas com muito humor negro, que chega a ser melancólico. Minha primeira decepção foi logo no início do filme, ao me dar conta de que a morte era homem. Apesar de nunca ter certeza, sempre imaginei a narrativa da morte suave e feminina, e fiquei chocada ao me deparar com algo tão diferente. Mesmo assim, não me importei tanto com esse detalhe, já que imaginei que a interação da personagem com o telespectador compensaria, mas infelizmente não aconteceu. A Morte quase não narra, de vez em quando (quase raramente), faz um ou dois comentários, mas são coisinhas bobas, sem tanta importância. Essa foi, com certeza, minha maior decepção. Imagino que com uma interação maior do principal narrador, a história se tornaria menos arrastada, e agradaria os fãs que assim como eu, devem ter se decepcionado neste ponto.

Na minha opinião, é provável que quem não tenha lido o livro não goste tanto assim, pois a apresentação dos personagens não contem tantos detalhes, e alguns fatos podem ficar confusos, por isso, caso tenham interesse, indico que leiam o livro antes. Enfim, o filme é fiel e o final trás a mesma emoção que os livros, apesar de ter alguns poucos pontos que me decepcionaram, no geral, conseguiu fazer sua parte, e me encantou pelo seu realismo e riqueza nos detalhes, além das atuações brilhantes e emocionantes.

Boa Pipoca ;D

segunda-feira, 17 de março de 2014

P.S Eu te Amo - Cecelia Ahern

P.S.  Eu Te AmoAutor(a): Cecelia Ahern
Editora: Novo Conceito
Ano de lançamento: 2011
Páginas: 368
Classificação: 

Gerry e Holly eram namorados de infância e ficariam juntos para sempre, até que o inimaginável acontece e Gerry morre, deixando-a devastada. Conforme seu aniversário de 30 anos se aproxima, Holly descobre um pacote de cartas nas quais Gerry, gentilmente, a guia em sua nova vida sem ele. Com ajuda de seus amigos e de sua família barulhenta e carinhosa, Holly consegue rir, chorar, cantar, dançar e ser mais corajosa do que nunca.

Apesar de ser um livro muito bem falado, eu tinha muito receio de ler P.S Eu te Amo, principalmente porque grande parte dos livros que tratam sobre luto, não conseguem se aprofundar o assunto ou quando o fazem, tornam a leitura muito depressiva e massante, mas não é o caso deste livro. A autora conseguiu equilibrar a história com muita maestria, alternando entre momentos tristes (sem serem exagerados), cômicos e incrivelmente realistas. Além disso, os personagens são marcantes e divertidos, a estória é dramática na medida certa, sem nada muito exagerado, que fez com que a leitura se tornasse uma das minhas favoritas.

“Sua voz estava rouca de tanto chorar, e há muito tempo ela já havia desistido de tentar fazer uma voz firme para as pessoas. Seu melhor amigo havia morrido e ninguém compreendia que nem toda a maquiagem, o ar fresco e as compras do mundo preencheriam o vazio em seu coração.” 

Holly e Gerry são o par perfeito. Além de serem casados, partilham de uma amizade invejável por todos os tipos de casais. Ambos formam uma história de amor perfeito - com um triste fim. Apesar de jovem, Gerry sofre de um tumor no cérebro, e vêm a falecer poucos meses depois da descoberta da doença, deixando Holly sozinha e totalmente desolada. Ela ignora a família e amigos o quanto pode, tentando ficar sozinha com sua dor e luto, até que recebe um pacote deixado por Gerry, que indica que ela tem que ler uma carta no primeiro dia de todos os meses. Ela segue a regra a risca, e aos poucos, vai tentando retornar a sua rotina - sem esquecer Gerry.

“Gerry havia partido para nunca mais voltar. Era a realidade. Ela nunca mais passaria os dedos por seus cabelos macios, nunca mais dividiria com ele uma piada à mesa de um jantar com amigos, nunca mais reclamaria para ele quando chegasse em casa depois de um dia duro no trabalho, carente de um abraço, nunca mais dormiria na mesma cama que ele, nunca mais acordaria com o ataque de espirros dele de manhã, nunca mais riria com ele até a barriga doer, nunca mais brigaria com ele para decidir de quem seria a vez de se levantar e apagar a luz do banheiro. Só restaram um monte de lembranças e a imagem do rosto dele que se tornava mais vaga a cada dia”

No livro, temos alguns Flashbacks do relacionamento entre Holly e Gerry. São bem poucos, mas são o suficiente para fazer com que nosso coração se aperte e nossos olhos encham d'água. E é o suficiente para termos uma noção da personagem complexa e realista que Holly é. Ela está sozinha e deprimida, e sua vida é vazia. E mesmo quando, aos poucos, ela consegue ir se reerguendo, tem momentos de desesperos egoístas, quando percebe que todas as outras pessoas continuaram a viver sem Gerry, não importa quanto esses sintam sua falta. E não podemos culpá-la, na verdade, isso trás um realismo incrível para a personagem, poucas vezes eu vi uma autora captar bem um sentimento forte e complexo como esse e criar um personagem em cima disso sem que parecesse forçado ou superficial.

"Só por não ter sido casado com ele, não quer dizer que eu não me sinta como você se sente. E só porque ele está morto, não quer dizer que eu tenha que parar de viver também."

Os Coadjuvantes são a alma da história. Seja a família estranha e acolhedora de Holly, ou os amigos do casal, todos eles são bem humorados, e são eles que criam o equilíbrio da história. Enquanto a Holly participa da maior parte emocional, eles tentam tratar as coisas de forma bem humorada, sempre puxando-a para cima em um momento de surto desesperado. E isso é tratado de forma tão bela, porque mesmo que eles tenham que conviver com a própria dor de perder alguém querido, ao invés de se afundarem no luto, preferem ajudar Holly a superá-lo, além disso eles não são meros coadjuvantes na história. Eles crescem muito dentro . O enredo também consegue ser criativo, e foi isso que me chamou atenção, a ideia de alguém que já morreu enviar cartas para que sua perda possa ser superada é estranha, é eu não tinha ideia de como a autora trataria disso, e foi o suficiente para acender minha curiosidade. 

"A vida de ninguém é repleta de momentos perfeitos. E se fosse, não seriam momentos perfeitos. Seriam apenas normais. Como você conheceria a felicidade se nunca passasse pelas fases tristes?"

Apesar das cartas de Gerry, Holly demora para acordar pra vida. Ela passa os meses seguindo a risca tudo o que ele lhe pede nas cartas, mas quando elas estão acabando, ela precisa pensar em o que vem depois. O que ela faz depois, o que acontece depois. Isso é uma coisa bizarra. Enquanto ela lê as cartas ela tem a sensação de "estar com Gerry", e quando a última carta chega, é o momento para dizer adeus, mesmo que ela não esteja preparada, e é claro que isso rende algumas lágimas. É um livro de emoções totalmente intenso. Vai te fazer gargalhar e chorar compulsivamente sem dó. A autora foi muito inteligente ao colocar a narrativa em terceira pessoa, já que se a história fosse narrada por Holly, provavelmente seria massante e muito deprimente, o que não acontece. Embora tenhamos uma noção clara dos sentimentos de Holly, a forma como a autora conduz, torna a história extremamente bela.

“Não tenha medo se apaixonar de novo. Abra seu coração e siga por onde ele levar... E lembre-se de mirar a lua... 
P.S. Eu sempre te amarei... "

A capa é simples, mas linda, e a imagem do casal capta bem o que a história quer dizer. O final é surpreendente, e tenho certeza de que ninguém esperava por aquilo quando leu. fiquei de boca aberta, mas foi apenas mais um motivo para eu gostar tanto do livro. Além disso, o cenário do livro é a Irlanda, o que dá um toque diferente a leitura e combina perfeitamente, e é muito raro eu ler livros assim. Foge do habitual final clichê que esses tipos de livros promovem. Não é um livro sobre o luto, é sobre a superação. Tudo isso tratado de uma forma belíssima, que pode nos fazer rir, chorar e acima de tudo refletir.

" Ela havia recebido um presente maravilhoso: a vida. Às vezes, a vida era interrompida cedo demais, mas o que contava era o que a pessoa fazia com ela, não o tempo que durava. "

quarta-feira, 12 de março de 2014

Esperando por Você - Susane Colasanti

Esperando por VocêAutor(a): Susane Colasanti
Editora: Novo Conceito
Ano de lançamento: 2013
Páginas: 336
Classificação:  

É hora de iniciar o segundo ano do Ensino Médio, e Marisa está pronta para um novo começo e para seu primeiro namorado de verdade. No entanto, depois do popular Derek convidá-la para sair, as coisas ficam complicadas. Além de seus pais se separarem e de Marisa ter uma briga com seu melhor amigo, Derek ? o amor da sua vida ? a deixa desapontada. As únicas coisas que mantêm Marisa são os podcasts de um DJ anônimo, o qual parece entendê-la totalmente. Mas ela não sabe quem ele é... Ou sabe?

Esperando por Você é um livro leve, gostosinho e bem jovem, usando e abusando dos clichês, mas sem deixar a leitura ruim. A autora conduz a narrativa de uma forma interessante, e é possível ler em uma sentada, mas não acrescenta nada de novo a trama, e no meio do livro já dá pra ter uma ideia clara de como vai terminar, o que desanima muito. O mais interessante para mim, foi um distúrbio que Marisa tem, que mesmo não sendo o tema central, me fez ter vontade de pesquisar mais. 

"Ter distúrbio de ansiedade significa nunca se adaptar perfeitamente a ninguém. Não que isso seja coisa ruim. Mas quando tudo o que você quer é funcionar como um ser humano normal, não se adaptar só torna os seus problemas mil vezes maiores. "

Marisa é uma adolescente de 15 anos que sofre do Transtorno de Ansiedade, e decidiu, junto com sua amiga Sterling, que no Segundo ano do ensino médio terá um novo começo. Mas depois de Derek, o garoto mais popular da escola convidá-la para sair, as coisas parecem se complicar. Seus pais estão se divorciando, e ela e seu melhor amigo estão brigados. E é nesses mesmo momento que um DJ anônimo começa a postar vídeos na Internet e bombar na escola e nas redes sociais, e ela começa a se identificar com o que ele diz. Perguntas sobre a identidade da pessoa ficam no ar, e Marisa pensa não conhecê-lo... ou talvez sim.

"Mas talvez não seja. Talvez meu futuro namorado também seja assim. E talvez ele esteja sentado em seu quarto, agora mesmo, seja lá onde for, se perguntando se é a única pessoa que repara nessas coisas. E eu estou aqui. Simplesmente esperando que ele me encontre. Esperando que ele descubra que eu existo de verdade."

Eu li esse antes de ler Bem Mais Perto, que foi escrito primeiro, mas infelizmente, o outro conseguiu me conquistar mais. Apesar do mesmo jeito de escrever, e do final confuso, em Bem Mais Perto eu não sentia que ia saber o que acontecer. Mas em Esperando por Você, a autora evoluiu muito na própria escrita e construção de personagens. Nash foi de longe o meu personagem favorito, que consegue misturar o fofo com o real. Derek não me conquistou, e Marisa foi interessante, mas o lado que eu queria ver dela não foi tão bem abordado. 

"Mas ele não era quem eu achava que era. Ele era outra pessoa, que guardava segredos, vivendo outra vida, dissimulando.
Como pode alguém que parecia ser tão correto seguir um caminho tão errado?"

Uma coisa bacana é que a autora consegue fugir do romance, e falar um pouco sobre problemas mais sérios, como a separação dos pais de Marisa e como ela reage a isto. E também tem o fato de Sterling conhecer um cara na Internet, e Marisa ficar desconfiada, que apesar de pouco abordado, foi um tema interessante de se tratar. Os capítulos são bem pequenos, e a letra é grande, o que torna a leitura ainda mais rápida. A capa é bonita, apesar de simples, e tem relação com a história.

"Talvez seja mesmo isso. Talvez seja simplesmente difícil enxergar o que está bem debaixo de seu nariz, ao mesmo tempo que você busca isso de modo frenético." 

Enfim, a narrativa é interessante e gostosa, os personagens são legaizinhos, um final sem surpresas e uma história com poucas reviravoltas, mas que é capaz de conquistar e de encantar o leitor. Um bom romance adolescente para se ler no fim da tarde com baixa expectativa. Espero ler outras obras da Susane, pois é sempre bom ver a evolução de um autor. Apesar de não ter sido a leitura que eu esperava, ainda é super indicado. 

“- Aqui vão as últimas palavras de sabedoria. Se seus pais fizerem merda, não siga o exemplo deles. Use os dois como um exemplo de quem você não quer ser – seja você mesmo. Você é capaz de superar os próprios medos , pode mudar, pode fazer da sua vida aquilo que sempre quis. Talvez isso não aconteça amanha, mas vai acontecer em breve. Então, aguente firme!” 

domingo, 9 de março de 2014

Sentados no Sofá: Terapia do Amor

Gênero: Romance, Comédia
Direção: Ben Younger
Elenco: Meryl Streep, Uma Thurman, Bryan Greenberg
Tempo: 1h45min
tulo Original: Prime
Lançamento: 2006

Rafi Gardet (Uma Thurman) é uma mulher de 37 anos, que mora em Nova York e se separou recentemente. Decidida a se dedicar à carreira, ela não quer se envolver em nenhum relacionamento amoroso. Mas sua opinião muda após conhecer David Bloomberg (Bryan Greenberg), um talentoso pintor de 23 anos, por quem se apaixona

Uma comédia romântica eficiente, com um ótimo elenco e uma trama gostosinha e engraçada, apesar de não ser inédita. Terapia do Amor, é um ótimo filme, que apesar de muitas vezes cômico, consegue tratar de assuntos sérios sem que as cenas fiquem forçadas, além de apresentar muito realismo na estória. 

Rafi é uma recém divorciada de 37 anos, que em um encontro no cinema, conhece David, um pintor de 23 anos. Eles começam a sair, mas ela não se sente segura sendo mais velha que ele, por isso, leva o tema para ser tratado com sua terapeuta Lisa, uma mulher Judia religiosa e conservadora, que apesar de tudo isso, encoraja a paciente a continuar o relacionamento, já que isto a faz bem. O que Lisa não esperava, era que o namorado de Rafi fosse seu filho com quem tem problemas. Ao descobrir a verdade, Lisa fica na dúvida se deve ou não encerrar o tratamento com Rafi, a medida que o relacionamento entre está e seu filho fica cada vez mais sério.

Qualquer filme com um elenco onde tenhamos Streep e Thurman trabalhando juntas merece no mínimo ser procurado, principalmente este, que consegue ser delicado e cômico. Streep protagoniza vários momentos engraçados, e consegue roubar a cena sempre que aparece. O único que parece um pouco perdido em cena é Byan, que não conseguiu me conquistar. Uma Thurman, por sua vez, parece ser muito segura em cena, e conseguiu levar grande parte do filme em suas costas muito bem. O cenário não podia ser melhor, ambientado na cidade de Nova York, o filme alterna entre lugares sofisticados e modernos, conseguindo refletir a personalidade dos personagens. Além disso, a fotografia é belíssima e delicada.

Lisa é uma personagem contraditória. No trabalho, ela é uma profissional dedica e equilibrada, mas quando se trata de sua família e seus problemas pessoais, ela é totalmente o oposto. Ela da conselhos a Rafi, mas na prática com seu filho, o repreende de suas atitudes, isso, antes mesmo de ter noção do relacionamento entre ele e Rafi. Apesar disso, ela é o equilíbrio do filme, que apesar de saber o quão felizes os personagens estão, sabe que nem sempre o Amor é o bastante para manter uma relação. Além disso, a diferença de idade entre os personagens é muitas vezes deixada para segundo plano, tentando muita vezes mostrar o bem que um faz ao outro do que o fato em si.

A trilha sonora também é belíssima, e capta bem a essência do filme. O final, além de realista, consegue ser belo e passar uma mensagem clara, e a música final, descreve exatamente o que o filme tem pretensão de mostrar. Mesmo sendo uma comédia romântica sem temas inéditos, Terapia do Amor consegue conquistar e encantar, sendo poético e engraçado. Muito gostoso de se assistir e com uma linda mensagem a ser passada.

Boa Pipoca ;D

sábado, 8 de março de 2014

Lançamentos de Março | Editora Gente e Única



 Uma história de amor, encontros e.... desencontros!

Conheça Tess. Obcecada por roupas vintage, ela está sempre enrolada no emprego que detesta e em dúvida sobre seu namorado bonitão Dominic, que conheceu na universidade. Morando em um adorável apartamento com sua melhor amiga, Kirsty, ela poderia se considerar uma pessoa de sorte. Mas se sua vida é tão perfeita, por que ela se desfaz em lágrimas toda vez que pensa no futuro?
Conheça George. Um músico brilhante que divide seu tempo entre brigar com os companheiros de sua banda de jazz e se preocupar com o pai doente. Mas ele sabe que a vida não é só isso. Deve haver mais alguma coisa. Algo especial.
Tess e George são duas partes de um todo, almas gêmeas. Para a sorte deles, seus amigos em comum sabem que eles são feitos um para o outro. O problema é que eles não se conhecem e, sempre que a oportunidade aparece, a vida chacoalha os dois para longe.
E agora? Se todos têm uma alma gêmea, como o destino faz para uni-los? Acompanhe a história divertida e apaixonante de Tess e George durante uma década de encontros malsucedidos, frustrações românticas e uma dúzia de recomeços. Uma vez na vida é uma comédia romântica moderna e inteligente sobre amizade, destino e oportunidades perdidas e reconquistadas!


O sucesso dos games agora em livro e nos cinemas!

Tobey Marshall é uma lenda no mundo das corridas de rua.  Agora que ele está aposentado, seu único desejo é tocar a oficina do pai junto com os amigos e membros do seu ex-time de corrida. Mas um último desafio feito por um velho parceiro acaba levando um de seus amigos à morte e Tobey para a cadeia, acusado de um crime que não cometeu.
Três anos depois, Tobey é solto. Entretanto, está completamente sem opções. Sua equipe se dispersou e a oficina não existe mais.  A única esperança para Tobey surge em uma proposta tentadora, uma corrida incrível que contará com pilotos de todo o país em um desafio lendário em ruas públicas até a Califórnia. Suas chances são boas, mas um velho inimigo está determinado a derrotá-lo.
Perseguições em alta velocidade, descrições perfeitas dos carros tunados e exóticos, emoções perigosas e uma aventura surpreendente. As páginas deste livro elevarão a adrenalina do leitor. 





 Verdade e amor são lados de uma mesma moeda e, embora se­jam as únicas coisas pelas quais valha a pena viver, ambos são muito difíceis de colocar em prática.

Mahatma Gandhi
Uma das figuras mais influentes do século XX, Mahatma Gandhi foi um líder revolucionário não apenas na política, mas também na filosofia e na religião. Foi pela força de sua devoção a Deus que ele recebeu o título de Mahatma, que significa Grande Alma, e continua a ser reconhecido por milhões de pessoas como um grande conhecedor da alma humana. Este livro explora as profundas reflexões de Gandhi sobre tudo aquilo que é mais importante em nossas vidas: a verdade, o amor, a fé e a prática do bem. Leitores de todos os credos encontrarão sabedoria e inspiração nessas muitas mensagens do homem que lutou pela paz e pela independência da Índia. Gandhi acreditava na validade de todas as religiões, pois todas representavam o Deus único e superior, criador de tudo e força geradora da vida. Encontre as respostas e viva a paz do divino que há dentro de cada um de nós.




Você já sentiu que tudo parece conspirar contra seus esforços? Quantas vezes você já teve vontade de viver uma grande mudança em sua vida?

Nossa rotina é repleta dos mais variados problemas: trabalhar com uma equipe descomprometida ou um chefe que não oferece apoio, lidar com familiares que cobram mais tempo e dedicação...

Como nasce o líder é uma narrativa fascinante que mostra, por meio de uma fábula surpreendente, como nossa mente esconde as emboscadas que nos colocam dentro de “caixas”. Prisões que nós mesmos criamos e que nos impedem de ver as oportunidades que surgem e, para piorar, criam um ciclo de justificativas, que culpam os outros pelo que acontece de ruim no nosso dia a dia.

A história de Tom nos mostra como é possível romper com ciclos improdutivos e perceber como e por que o sucesso só depende de nós. O livro ajuda a entender como navegar pelas diversas responsabilidades que cabem ao líder: desde a fase de seleção e contratação de candidatos, liderança e formação de equipes, resolução de conflitos, transformação na responsabilização até crescimento e desenvolvimento pessoal.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Nick e Norah - Uma Noite de Amor e Música - Rachel Cohn e David Levithan

Nick e Norah
Autor(a): Rachel Cohn e David Levithan
Editora: Galera Record

Ano de lançamento: 2005
Páginas: 224

Classificação:  

O que pode acontecer quando dois adolescentes se conhecem por acaso em um caótico show de punk rock? Eles se apaixonam, é claro. Depois de um beijo, Nick e Norah vivem uma aventura pelos bastidores de NYC - um encontro repleto de alegria, ansiedade, confusão e entusiasmo, como deve ser a primeira vez.

Conheci o livro de maneira inusitada, enquanto procurava algumas citações, achei uma muito inteligente referente a este livro, e decidi procurar mais. Por se tratar de um tema leve, a sinopse me interessou, e resolvi experimentar ler o E-book. No final, gostei bastante e consegui me divertir, mas o livro ficou bem abaixo do que eu imaginei que seria, principalmente por David Levithan ser um dos autores mais bem falados hoje em dia. 

"- Então, o que tem a confessar agora?
Não sei porque estou dizendo essas coisas, exceto por ser a verdade.
- Estou confessando que não sei se estou pronto para isso.
- O que é "isso"?
Isso de estar aberto. De poder ser magoado. Gostar. Não ser gostado. Ver o sinal fechar. Pular. Cair. Me espatifar.
- Norah. Não sei se estou pronto para Norah.
Tony/Toni/Toné sorri, os dentes brancos como a gola do hábito que veste.
- Não existe essa história de estar pronto - diz ela(e). - Só existe a vontade."

Nick é baixista de uma banda Punk, e acidentalmente acaba "trombando" com a ex-namorada (cujo fim do relacionamento ele não consegue superar) que estava acompanhada por outro, no festival onde fazia Show. É então que ele conhece Norah, e sem nem mesmo perguntar seu nome, pede que está finja ser sua namorada por apenas cinco minutos, para evitar constrangimento. Norah está pronta para responder não, quando avista uma garota de seu colégio (com a qual não simpatiza) não pensa duas vezes em beijar o cara para dar um jeito de fugir dela. O que ela não esperava, é que a garota do colégio fosse a ex dele, e é assim, com essa confusão, que os dois embarcam em uma noite mágica, repleta de canções e aventuras.  

Meu orgulho me fez calar, minha dor me derrubou e juntos conspiraram contra minhas esperanças e deixaram que ela fosse embora.

É complexo escrever um livro. Imagino que seja ainda mais complexo escrever um livro junto com outra pessoa. Os personagens são diferentes, assim como a forma de Rachel e David escrever, mesmo assim, ambos conseguem se manter bem, sem que atrapalhem o outro. Mas as coisas acontecem de forma confusa, e no começo fiquei muito perdida em relação a estória, mas vale a pena persistir. Aos poucos as coisas vão se encaixando, e a narrativa melhorando, mas mesmo assim, não foi o suficiente para que eu não me decepcionasse.

"Ele pelo menos podia me fazer a cortesia de arriscar uns olhares furtivos para meu decote ou, no mínimo, fingir que está interessado em saber tanto de mim quanto eu quero saber dele. Tipo assim, tudo. Tipo assim, AGORA."

Nick foi de longe o meu narrador favorito (Créditos ao David Levithan), gostei da narrativa dele, e de como conduz a estória, pretendo experimentar outros livros dele. Norah foi mais controvérsia. Nos capítulos narrados por Nick eu gostava dela, mas ao ler o seu ponto de vista, fica confusa. No final, a personagem me pareceu aceitável. Outra coisa que me incomodou foi a quantidade de palavrões desnecessários. Alguns se encaixavam bem no contexto, outros eram usados de forma exageradas em momentos em que não fazia sentido. Outras cenas são colocadas sem necessidade alguma, e é impossível não franzir a testa e sentir vontade de fechar o livro.

"Cantando na chuva. Estou cantando na chuva. É uma sensação gloriosa. Uma chuvarada inesperada e eu me entrego a ela. Porque que merda mais se pode fazer? Correr para se proteger? Gritar ou xingar? Não - quando a chuva cai, você só deixa cair, sorri como um louco e dança com ela, porque se você pode ficar, feliz na chuva, então você fez tudo certo na vida."

O final foi interessante, e o suficiente para eu dizer que a leitura valeu a pena. O cenário dá um 'toque" para a leitura se tornar mágica, e dá pra se sentir literalmente passando a noite em Nova York. Mas de longe o mais interessante foi as citações a bandas diferentes, que infelizmente nem sempre se encaixavam por conta da tradução. Foi uma leitura agradável, com quotes memoráveis, um mocinho encantador, uma protagonista plausível e um final aceitável. Sem muitas surpresas. Indico para quem gosta de um Romance Teen para se ler sem expetativas, é um livro interessante.

''Somos a marcação, a pulsação, estamos por trás de cada parte deste momento. E ao tornarmos este momento nosso, nós o tornamos infinito'' 

domingo, 2 de março de 2014

Sentados no Sofá: Uma Lição de Amor

Gênero: Drama
Direção: Jessie Nelson 
Elenco: Dakota Fanning, Sean Penn, Michelle Pfeiffer
Tempo: 2h12min
tulo Original: I Am Sam 
Lançamento: 2002


Sam Dawson (Sean Penn) é um homem com deficiência mental que cria sua filha Lucy (Dakota Fanning) com uma grande ajuda de seus amigos. Porém, assim que faz 7 anos Lucy começa a ultrapassar intelectualmente seu pai, e esta situação chama a atenção de uma assistente social que quer Lucy internada em um orfanato. A partir de então Sam enfrenta um caso virtualmente impossível de ser vencido por ele, contando para isso com a ajuda da advogada Rita Harrison (Michelle Pfeiffer), que aceita o caso como um desafio com seus colegas de profissão.

Um dos filmes mais lindos e emocionantes que eu já assisti. Uma Lição de Amor, como o próprio título já diz, é literalmente uma Lição de Amor. Além de emocionar, o filme tem a capacidade de nos fazer refletir. Sendo vencedor de vários prêmios (de fato, muito merecidos) e inclusive tendo sido indicado a um Oscar de Melhor ator para Sean Penn (continuo inconformada de ele não ter ganho esse prêmio), o filme mostra uma relação entre pai e filha um tanto incomum, e também a discriminação sofrida por deficientes mentais.

Sam é um deficiente mental que cria sua filha sozinho sua filha Lucy. Quando ela completa 7 anos,  começa a ultrapassar o pai intelectualmente, e isso chama a atenção de uma assistente social, que decide levar a criança para um orfanato. Com a ajuda de Rita Harrison, uma advogada famosa, que tem problemas com o filho, ele tenta recuperar a criança, que fica sob a custódia de Randy, que tenta se tornar uma mãe substituta para a garota. Rita a principio aceita o caso, pela insistência de Sam, e principalmente para que possa se destacar entre os colegas de trabalho, mas aos poucos, ela vai aprendendo com a relação entre Sam e Lucy. 

A atuação de Sean é incrível. A forma como ele interpreta um deficiente mental sem que pareça forçado, alternando entre momentos cômicos e dramáticos, sem em nenhum momento deixar a essência do personagem se perder, os momentos em que ele e Lucy estão juntos são tocantes, onde consegue ele consegue ir muito além do que imaginamos em uma interpretação belíssima. Não exagero ao dizer que foi uma das melhores interpretações que eu tive a oportunidade de assistir. A prodígio Dakota também não fica para trás, como sempre, ela consegue trazer emoção as cenas, e só de observá-la conseguimos ver os sentimentos da personagem. E por fim, Michelle, mais uma vez brilhante em um papel emocionante.

A trilha sonora compõe brilhantemente a história. Em um tributo aos Beatles, o filme é repleto das canções mais famosas da banda inglesa, além de está ser frequentemente ser citada por Sam. E nem tudo fica só no drama, também temos alguns momentos cômicos, a maioria deles, na presença dos amigos de Sam, também deficientes. Vemos vários dramas diferentes além do de Sam e Lucy, o que mostra uma evolução de todos os personagens da trama. Incrivelmente tocante.

Com uma mensagem clara, do começo ao fim, Uma Lição de Amor consegue emocionar o telespectador, sim, é um filme projetado unicamente para isso, fazer com que cheguemos as lágrimas, mas mesmo sabendo disso, é impossível segura-las. O elenco e trilha sonora estão de parabéns. A relação de pai e filha retratada, da parte de ambos é tão linda de se ver, e todas as dificuldades que eles enfrentam, fazem com que as nossas reclamações diárias pareçam fúteis. Tocante, belíssimo, inspirador. Vale muito a pena assistir.

Boa Pipoca ;D